COMAT SE REÚNE E DISCUTE AÇÕES DA CBIC, ESG E SISTEMAS CONSTRUTIVOS

A reunião da Comissão de Materiais e Meio Ambiente (COMAT), que aconteceu virtualmente, ontem (01), teve uma pauta diversa, com a apresentação das ações da COMAT, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), pelo presidente da Comissão, Dionyzio Klavdianos, um debate sobre ESG na Construção Civil, com a especialista Christina Barbosa, além da apresentação de sistemas construtivos pelo CEO da Enecon, Vilson Abreu.

Abrindo os trabalhos, Klavdianos pontuou a atuação da Comissão da CBIC no que diz respeito à normatização. “Criamos um grupo de acompanhamento das normas técnicas e temos conseguido nos fazer ouvir na ABNT, por conta desse trabalho. Também disponibilizamos o portal de Normas Técnicas, no nosso site, que é importante para consultas”, disse ele, destacando que, recentemente, por conta da visibilidade desse trabalho do grupo, conseguiram elaborar o texto-base da norma para paredes de concreto celular, que segue agora para aprovação. “Esse trabalho foi capitaneado pelo Lydio Bandeira (ex-presidente da COMAT do Sinduscon-Rio) e preciso fazer essa deferência ao Sinduscon, que teve atuação importante nesse quesito. Com a norma, será possível usar esse processo construtivo de maneira efetiva e mais rentável, lembrando que é muito utilizado para as habitações de interesse social”, afirmou.

Klavdianos também falou sobre o trabalho de divulgação do BIM realizado pela CBIC. “É importante ajudarmos a disseminar essa inovação. Sabemos que é complexa e custosa, mas que precisa ser levada a sério, porque, paulatinamente, está fazendo parte do dia a dia da construção civil, inclusive sendo encampada pelo Governo Federal”, argumentou o presidente da COMAT/CBIC, lembrando também do Projeto Construção 2030, que tem como objetivo fomentar uma cultura voltada para inovação nas empresas. “Estamos revisando o conteúdo, para que volte a ser projeto principal da comissão”, concluiu.

Na sequência, Christina Barbosa, que é CEO da consultoria By Conn e especialista em gestão estratégica de sustentabilidade, falou sobre o conceito ESG e sua aplicação na Construção Civil, destacando que esta é uma indústria que tem muitas oportunidades para práticas sustentáveis.

“É preciso o planejamento de obras que tenham materiais recicláveis, maquinário mais eficientes, além do uso de isolamento térmico, telhados verdes, placas fotovoltaicas e outras opções. Ter uma boa gestão de recursos hídricos também é fundamental, assim como buscar a certificação Green Building, pois usar selos e certificações estimula a melhoria dos processos. É preciso internalizar a importância desses processos construtivos e de gestão para gerar resultados positivos”, elencou Christina.

A importância do modelo circular também foi apontado por ela. “Temos trabalhado em modelo linear, onde há o uso de muitos recursos naturais e produtos baseados nesses recursos, o que gera escassez e gás de efeito estufa. O consumo desses produtos está estimulando a extração desses recursos, além do agravante do descarte que tem sido feito de forma irregular”, alertou ela, ressaltando que o setor é um gerador de efeito estufa, também por conta do transporte de materiais e da compra e uso de materiais de processos industriais que são emissores. “É preciso olhar o ciclo inteiro do produto e ter ciência dos impactos negativos”, disse a especialista.

Fazendo referência ao livro de sua autoria, intitulado Sustentabilidade e Gestão da Prática, que traz informações sobre estruturação do chamado Modelo GES e sobre como implantá-lo, Christina informou que este é um modelo de gerenciamento eficaz, que realiza o diagnóstico dos impactos, desenha soluções e revisa o planejamento estratégico, definindo indicadores tangíveis e fazendo uma operação assistida dos empreendimentos.

Ao comentar a exposição de Christina, o presidente da COMAT, Vinícius Benevides, acrescentou que, atualmente, o ESG é um diferencial, mas que, em breve, será obrigação para todas as empresas. “É uma mudança de mindset para empresas que têm mentalidade aberta. Os acionistas precisam mudar de foco e ter uma visão mais ampla, até mesmo porque o “E” e o “S” você não consegue fazer, se não tiver um “G” forte e eficiente”, afirmou ele.

Para fechar a reunião e cumprindo o compromisso de manter os associados informados sobre novidades de produtos e serviços para otimização e melhoria das obras, foi convidado o CEO da Enecon do Brasil, Vilson Abreu, que falou sobre as soluções para construção civil com polímeros e resinas, os quais são produzidos pela empresa, que é fornecedora de resinas poliméricas de alta performance.

Na grade de produtos, há linhas para infiltração em tubulações, que aumentam a resistência e promovem um acabamento cerâmico, além de soluções para o processo de cura de vazamentos e para a reparação de superfícies metálicas em geral, desde de maquinários às construções. “Também temos polímeros que reconstroem a superfície e geram maior resistência. Todos são de fácil aplicação, grande aderência e não agridem o meio ambiente”, destacou ele, após apresentar detalhes de alguns dos produtos.

A reunião da COMAT foi presidida pelo VP do Sinduscon-Rio, Vinicius Benevides, e também contou com a participação do superintendente da Ademi-RJ e consultor técnico do Sinduscon-Rio, Murillo Allevato, e de associados de ambas as entidades.