Em 26/01/2021, no World Economic Forum em Davos, Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia,  deu uma forcinha para as finanças sustentáveis. Ela declarou que “a Europa investiu bilhões para ajudar a desenvolver as vacinas COVID-19 do mundo para criar um BEM verdadeiramente COMUM (common goods)”. Anunciou também uma iniciativa público-privada para tratar outras ameaças como o vírus COVID-19 nos próximos anos. E misturou este assunto com negócios!

Muito se discute sobre a compra de vacinas pelos países ricos, acima de suas necessidades. Polêmicas à parte, iniciativas com objetivos fora de suas fronteiras têm sido cada vez mais frequentes.

E por que será?

A falência da lógica do finance-as-usual tem sido duramente comprovada durante a pandemia. Impactos sociais negativos ainda provocam efeitos drásticos na economia global. Apesar de considerar somente o valor financeiro como valor para acionistas, o conceito ainda é aplicado na maioria das decisões de investimentos.

Mas desde março de 2020, a realidade tem se suplantado a teoria! A sobrevivência das pessoas impacta a das empresas, concorrendo fortemente no cenário da preocupação com o lucro. Aspectos sociais ganham espaço nas avaliações de riscos das empresas e sendo muito discutidos pelos players das finanças sustentáveis.

Muito ainda se tem a evoluir para alcançar o estágio da arte. Nele, o valuation das organizações será baseado na produção de common goods, em que os aspectos sociais e ambientais suplantarão os financeiros, sem desprezá-los.

Esta evolução no mundo das finanças sustentáveis está sendo muito mais rápida do que se esperava!

O mercado de capitais vem estimulando uma economia sustentável de forma muito acelerada. Nas tomadas de decisões, diversos players têm melhorado suas ferramentas de análise de riscos, exigido informações mais confiáveis e estimulado as empresas a cuidarem de seus aspectos ESG – Environmental, Social and Governance.  Além disso, têm treinado suas equipes tornar este processo mais efetivo, obrigando as organizações a tratar a sustentabilidade de forma estratégica.

A Comissão Europeia já está focada no assunto e a sua organização, em que estágio deste caminho ela está ?

Autoria: Christina Barbosa