Gerenciamento de projetos e o desenvolvimento sustentável combinam?

O gerenciamento sustentável de projetos é fundamental para contribuir com o desenvolvimento sustentável de uma organização. Ele é parte importante no Modelo GES® – Gestão Estratégica de Sustentabilidade. Nele, um projeto é um esforço temporário, com início e fim definidos, empreendido para criar um produto, serviço ou resultado sustentável exclusivo. Ele é elaborado progressivamente, realizado por pessoas, limitado por recursos, devendo ser planejado, executado e controlado. Isso tudo de forma sustentável.

Um produto, serviço ou resultado sustentável é aquele que causa impactos sociais, ambientais além dos econômicos positivos. Ou seja, contribui com as práticas ESG (Environmental/Social/Governance). Planejar, executar e controlar um projeto de forma sustentável escolhe alternativas para redução de externalidades negativas e maximização das positivas. E tudo isso associado aos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis.

É verdade que nem sempre isso é totalmente possível.

MAS QUANTO MAIS A ORGANIZAÇÃO APLICAR O GERENCIAMENTO SUSTENTÁVEL DE PROJETOS, MAIS ELA PRÓPRIA SE TORNARÁ SUSTENTÁVEL!

No gerenciamento sustentável de projetos, todo projeto, deve ter sido incluído em um portfólio sustentável. Ele deve atender aos critérios que o aprovaram e ter sido vendido internamente ou para um cliente externo. E seus objetivos, claramente definidos, incluem os relacionados com o desenvolvimento sustentável da organização.

Iniciação

Na iniciação do gerenciamento sustentável de projetos, o termo de abertura deve conter os objetivos estratégicos tradicionais e sustentáveis. Eles são “herdados” dos processos de avaliação de ideias para um portfólio e/ou de estruturação de um programa. Os indicadores e metas correspondentes deverão ser usados na avaliação de desempenho e na demonstração de resultados, pelo gerente do projeto.

Planejamento

Na fase de planejamento do gerenciamento sustentável de projetos, o plano de gerenciamento deve ter uma abordagem específica relacionada aos impactos sociais, ambientais e/ou econômicos positivos. Para exemplificar citamos somente um aspecto. dentre tantos, que deve ser focado para cada área de conhecimento:

Stakeholders

Especialistas em finanças devem contribuir alinhados com os de sustentabilidade. Assim, irão garantir os aspectos relacionados à valoração e resultados financeiros positivos do projeto em médio e longo prazo. Esses profissionais podem apontar alternativas inovadoras, muito diferentes daquelas usadas pelos que desconhecem o assunto sustentabilidade e costumam seguir por caminhos tradicionais, já utilizados anteriormente.

Escopo

Entregas relacionadas aos indicadores sustentáveis (KSI – Key Sustainability Index) que serão medidos, têm que ser consideradas. Isso garantirá a transparência e a rastreabilidade dos resultados.

Tempo

Todos os pacotes de trabalho ou entregas do projeto, sustentáveis ou não, podem ser desenvolvidas a partir de alternativas consideradas sustentáveis. Elas serão representadas por atividades que geram impactos socioambientais positivos ou minimizam os negativos.

Recursos

Práticas relacionadas a emprego, relações de trabalho, saúde e segurança, capacitação, diversidade, direitos humanos são desejadas. Elas configuram indicadores de sustentabilidade (KSI) que podem demonstrar impacto social positivo da organização. As práticas devem fazer parte do planejamento de recursos, refletindo nos papéis da matriz de responsabilidades. Elas devem também contar com pessoas que tenham afinidade com sustentabilidade.

Custos

O orçamento do projeto não deve ser considerado isoladamente, mas sim relacionado ao resultado financeiro do projeto. Ele também deve considerar todo o  seu ciclo de vida e de seus produtos. Dependendo do período a ser considerado, o resultado pode se apresentar como negativo, mas um fluxo de caixa mais longo pode positivá-lo demonstrando lucro, ao invés de prejuízo.

Qualidade

O objetivo de gerenciar a qualidade em um projeto é buscar um grau de excelência, tangibilizado em indicadores (KPI e KSI). Eles atendem aos requisitos definidos e acordados com os stakeholders. Se a organização é madura em sustentabilidade, muitos KPIs e KSIs são definidos em um planejamento estratégico sustentável e no planejamento do portfólio sustentável.

Riscos

Tendências emergentes sustentáveis podem ser alternativas para concepção e condução do projeto. Elas devem ser tratadas como oportunidades novas de realização que contêm um nível de risco embutido. Riscos relacionados a aspectos tanto econômicos como sociais e ambientais devem ser definidos. Suas respostas devem ser elaboradas. E seus efeitos ao longo de todo o ciclo de vida do projeto têm que ser planejadas.

Contratações

Não adianta uma organização ter a preocupação com a sustentabilidade do seu projeto se o fornecedor que está participando dele não pensar do mesmo jeito. É lógico que cada fornecedor tem o seu tempo para aumentar sua maturidade em sustentabilidade, mas quem contrata tem a oportunidade de estimular essa mudança, promovendo uma corrente de práticas sustentáveis em toda a cadeia de valor.

Comunicações

Parece óbvio, mas muito tempo e dinheiro são gastos com relatórios desnecessários. Eles são cheios de informações inúteis, sendo enviados para muitas pessoas que não vão usá-los para nada e, pior, muitas vezes impressos. Custos com elaboração, impressão, envio, leitura e descarte são altos e desnecessários! As reuniões mal planejadas são outra fonte de desperdício! Salas de reunião, energia elétrica, água, café, tempo das pessoas, além de elaboração, envio e leitura de pautas e atas geram custos exorbitantes. Se não mensurados, eles oneram o projeto, sem ser visíveis ou gerar resultados.

Integração

Todas as fases do ciclo de vida de um projeto sustentável, desde a ideia até a operação assistida, desde a análise de viabilidade até os relatórios integrados, irão contemplar os mesmos aspectos indicadores de sustentabilidade (KSIs).

Execução e controle

Na fase de execução e controle do do gerenciamento sustentável de projetos, o planejamento é executado e os indicadores (KPI s e KSIsmensurados. Resultados dos indicadores, assim como o status, informação de comparação entre o que foi planejado e o que foi efetivamente realizado, tendências, etc. são acompanhados para que se possam tomar ações preventivas e corretivas para que os objetivos do projeto sustentável possam efetivamente ser alcançados.

Encerramento

No encerramento do gerenciamento sustentável de projetos todas as informações relevantes são consolidadas. Elas serão divulgadas em um relatório de encerramento e registradas uma base de dados, valiosa para novos projetos sustentáveis. Lições aprendidas são coletadas, discutidas e registradas para que possam ser repetidas ou evitadas, maximizando efeitos positivos e reduzindo negativos.

O Modelo GES®– Gestão Estratégica de Sustentabilidade da By Conn propõe que o ciclo de vida de um projeto seja acrescido da OPERAÇÃO ASSISTIDA.  Essa estruturação garantirá que os impactos positivos sejam mantidos após a transição do resultado sustentável para futuros usuários. Os indicadores utilizados para seleção e priorização do projeto serão fundamentais para o controle dos resultados prometidos no planejamento do portfólio que aprovou o projeto. E a Plataforma GES® – Gestão Estratégica de Sustentabilidade consolidará todos os resultados alinhados com a estratégia e com os relatórios auxiliando o desenvolvimento sustentável da organização.

Não vale a pena aplicar o gerenciamento sustentável de projetos? E o melhor é que dá para fazer isso tudo de forma ágil, preditiva ou híbrida!

Autoras: Christina Barbosa e Sonia Lopes