Sustentabilidade é muito mais do que plantar árvores, separar o lixo, apagar as luzes ou economizar água. Todos esses exemplos podem contribuir para que o indivíduo e sua organização se tornem sustentáveis, mas não necessariamente isso vai acontecer somente com ações isoladas. É necessário ter conhecimento estruturado dos reais impactos sociais, ambientais e/ou econômicos, positivos e negativos, criados.

Figura 1: Três pilares da sustentabilidade: aspectos sociais, ambientais e econômicos (triple bottom line).

A sustentabilidade é tão importante que tem sido tratada globalmente desde a elaboração do Protocolo de Quioto, elaborado em 1997.

Entidades nacionais e internacionais estão tratando a sustentabilidade, algumas de forma isolada e outras já integradas, buscando parcerias e colaboração. Elas têm promovido acordos, políticas, pesquisas, projetos, eventos, cursos, certificações, etc.

As organizações são responsáveis pela maior parte das causas dos eventos geradores das mudanças climáticas! Além disso, com o avanço do neoliberalismo após a Segunda Guerra Mundial, os governos passaram a transferir as responsabilidades sociais para as organizações privadas. Consequentemente, os governos só alcançarão suas metas através de ações implementadas pelas organizações, a partir de novos modelos de negócios e de gestão. E, como já se sabe, as organizações só alcançam resultados a partir das atitudes dos indivíduos (acionistas, sócios, colaboradores, fornecedores, reguladores e até clientes).

Novos princípios passam a regular o mundo dos negócios como:

  • A harmonização entre os interesses econômicos, sociais e ambientais garantem a criação de valor sustentável para o negócio;
  • Não se pode mais pensar somente em curto e médio prazo, pois é pensar em longo prazo que permite transformar ativos vulneráveis em resistentes;
  • A noção de responsabilidade intra e intergeracional induz à escolha de opções mais longevas;
  • A abordagem sobre o que deve ser local, regional e global determinará escolhas relacionadas a fornecedores, logística, comunicação, etc.;
  • Consumir a receita e não o capital proporcionará continuidade;
  • Transparência e prestação de contas (accountability) possibilitarão parcerias, investimentos e engajamento mais efetivos;
  • Valores pessoais e ética passam a ter peso na escolha de ações, equipes, fornecedores, clientes, etc.;

Como a responsabilidade pela integração de sustentabilidade recai sobre todos seus stakeholders, todos têm que mudar. A cadeia produtiva e de logística precisam assumir a responsabilidade por sua cota, mas nem sempre sabem como. O “como” é objeto do Modelo de Gestão Estratégica de Sustentabilidade (Modelo GES) desenvolvido pela By Conn.

O Modelo e a Plataforma  GES®

O Modelo de Gestão Estratégica de Sustentabilidade (Modelo GES®) é um conjunto de boas práticas para auxiliar qualquer organização no seu caminho de evolução para aumentar sua maturidade em sustentabilidade. Este processo é uma Mudança Organizacional e, desta forma, o modelo considera em seu formato passos de um Projeto de Mudança Organizacional.

A Plataforma GES® proporciona uma forma ágil, confiável e autônoma para implantação do Modelo GES® em todas as empresas que quiserem associar sustentabilidade com lucro, independente de seu porte ou segmento de negócio.

O roteiro básico das etapas do Modelo GES pode ser visto na Figura 2.

Figura 2: Etapas do Modelo GES®

Cada Etapa é desdobrada em ações que permitem que cada organização tenha seu modelo customizado, em que a organização estrutura e implementa o seu caminho de acordo com as suas necessidades específicas.

O Modelo GES® é baseado no princípio de que todas as ações escolhidas para serem executadas por uma organização, sejam para responder a mudanças ou para dar continuidade ao negócio, mantendo ou aumentando o seu valor, devem ser resultado de uma reflexão corporativa sobre como desdobrar a estratégia, gerando impactos sociais, ambientais e/ou econômicos positivos de forma equilibrada.

De modo geral o lucro é a primeira preocupação das organizações, mas o investimento em sustentabilidade pode, por exemplo, reduzir custos e, consequentemente, melhorar os resultados financeiros. Ou usar capital financeiro pode aumentar outros capitais como, por exemplo, o intelectual e o social/relacionamento, aumentando o valor da organização. Mas para que isso aconteça, as ações devem ser bem planejadas.

Implementar sustentabilidade é uma mudança de cultura organizacional e deve ser tratada como tal. É preciso conhecer o assunto sustentabilidade para entender como ele vai agregar valor. Sabendo isso, é mais fácil convencer pares sobre as vantagens que podem ser alcançadas. E ganhar um patrocinador ou padrinho, fator primordial para a implantação!

Na fase de DESENHO, o planejamento estratégico sustentável será redefinido e o projeto de mudança para uso do Modelo GES®, incluído no portfólio sustentável de projetos e programas da organização. Durante o MONITORAMENTO e CONTROLE da implantação, relatórios de desempenho serão emitidos para documentar status, ações preventivas/corretivas e lições aprendidas. Ao final da fase de ENCERRAMENTO, o Relatório de Encerramento consolidará todas as informações do projeto, registrando tudo que é importante para ser reutilizado. A fase de OPERAÇÃO ASSISTIDA colocará em prática, em uma escala real tudo o que foi proposto, e poderá exigir ajustes, consequente revisão do PLANEJAMENTO e, ainda, acréscimos no relatório de ENCERRAMENTO. Tudo isso acontecerá pela primeira vez com o “avião no ar”. Ou seja, a organização não vai parar de funcionar enquanto o Modelo GES® estiver sendo customizado e implantado. Adaptá-lo e aplicá-lo vai exigir apoio e liderança, mas também trará resultados imediatos, que contribuirão para maior aderência dos stakeholders ao seu uso. Portanto, não se esqueça de que todas as sugestões, críticas, observações, etc. são úteis para a melhor customização e, consequente, comprometimento de todos.

O roteiro básico das etapas da Plataforma Digital GES® pode ser visto na Figura 3.

Figura 3: Etapas da Plataforma Digital GES®

Plataforma-GES-Gestão-Estratégica-de-Sustentabilidade

Autoras: Christina Barbosa, PhD, PMP e  Sonia Lopes, PhD, PMP.